João Morais Barbosa: “Ao investir temos de correr riscos, caso contrário não vamos ter o futuro que precisamos”
Trabalhou na banca de investimento, é autor de diversos livros dedicados aos temas da educação financeira e está à frente da Reorganiza, uma empresa de consultoria financeira. João Morais Barbosa lida diariamente com as questões que mais preocupam a vida financeira das famílias e não tem dúvidas de que os portugueses vão ter de assumir mais risco nos seus investimentos, se quiserem garantir um futuro melhor. Em entrevista, o especialista explica porquê.
Em menos de um ano, a vida das famílias portuguesas foi alvo de profundas alterações: os juros do crédito à habitação aumentaram e os preços dos bens dispararam para os níveis mais elevados das últimas décadas. Mas, apesar dos tempos desafiantes que vivemos, João Morais Barbosa, co-autor de livros como o “Manual da Poupança” e “Como acabar com as dívidas pessoais e familiares”, tem uma visão moderada sobre o atual contexto económico.
“É importante olharmos para o atual momento com alguma naturalidade, porque já no passado vivenciamos situações semelhantes. Por exemplo, quando as moratórias chegaram ao fim houve um grande pânico porque as pessoas achavam que iria disparar o incumprimento”. Um cenário que não se concretizou.
Para o especialista em finanças pessoais há dois grandes fatores que poderão funcionar como uma rede de segurança para travar a subida abrupta das taxas de incumprimento das famílias: “Em primeiro lugar, existe muita poupança disponível por parte das famílias, o que nos dá uma folga e uma margem para gerir o orçamento. Além disso, a banca tem muitas ferramentas para renegociar créditos com os clientes. Isso mesmo ficou visível com as moratórias: aqueles clientes que tinham maiores dificuldades conseguiram encontrar alternativas como estender os prazos, renegociar os spreads, ou obter períodos de carência”.
Tome nota: Porque a compra de uma casa é a decisão financeira mais importante na vida de uma família, antes de contratar um crédito à habitação deverá fazer simulações junto de várias instituições financeiras. Faça aqui a sua simulação de Crédito Habitação no ActivoBank
A importância da poupança e o conceito de risco
Ter uma poupança constituída para funcionar como um fundo de emergência faz parte das regras de ouro de todos os manuais de finanças pessoais. Na verdade, João Morais Barbosa acredita que, na base de muitos problemas financeiros das famílias, está o facto das pessoas não terem 200 ou 300 euros poupados para serem utilizados quando surge um imprevisto. Este é um erro a evitar.
“O tema da impossibilidade de poupar acaba por ser, na maioria dos casos, um mito. Já tivemos a possibilidade e o privilégio de dar formação a milhares de pessoas em todo o país e percebemos que as pessoas, independentemente do seu nível de rendimentos, vão encontrando alternativas de poupança e dão-nos grandes lições de poupança. E é exatamente nos momentos de crise económica que a poupança dispara”, afirma o especialista. Para João Morais Barbosa, mais importante do que a situação do contexto económico, é fundamental as famílias adotarem estratégias de poupança que ajudem a fortalecer a sua vida financeira. É o caso, por exemplo, dos planos de poupança com entregas programadas. “As pessoas podem definir um dia do mês para fazer uma transferência para uma conta poupança e o processo torna-se tão automático que acaba por se esquecer que está a poupar”.
Mas onde podem os portugueses colocar as suas poupanças? Para responder a esta questão é primeiro necessário perceber qual o perfil de risco do investidor e qual o horizonte de investimento. “Se o meu prazo de investimento for curto, não posso assumir muito risco e se o prazo de investimento for longo, então posso e devo assumir risco”. E adianta: “Temos de assumir que, ao investir, vamos ter de assumir riscos, caso contrário não vamos ter o futuro que precisamos”.
Tome nota: Uma das categorias de produtos financeiros que confere uma maior flexibilidade e liberdade na construção de carteiras de investimentos para investidores com diferentes níveis de conhecimento e experiência é a dos fundos de investimento. Seja para investidores mais conservadores, com um risco moderado, ou com um perfil de investimento mais agressivo, é possível selecionar um fundo de investimento (ou uma carteira de fundos) que dê resposta às necessidades e objetivos específicos de cada investidor. Conheça os fundos de investimento disponibilizados pelo ActivoBank.
Este ponto – o do risco nos investimentos – é especialmente relevante quando projetamos o futuro e, em particular, quando falamos na poupança para a reforma. Apesar do perfil de investimento conservador e cauteloso dos portugueses esta mentalidade vai ter de alterar-se. “É importante que as famílias considerem que vão ter de assumir as rédeas do planeamento da sua reforma. Os últimos estudos apontam para que a relação entre a primeira pensão e o último salário fosse, no máximo, de 60%. Ou seja, as famílias vão ter de repor entre 40% a 50% do seu último rendimento. E, para isto acontecer, vão ter de poupar. Mas mais do que poupar, vão ter de investir com risco. Se não [investirmos com risco], não vamos ter a reforma com a qual estaríamos a contar”.
Entre os produtos financeiros utilizados pelos investidores para prepararem a sua reforma, João Morais Barbosa destaca os PPR, os seguros financeiros e também os fundos de pensões: “Temos tido muitas empresas a contactar a Reorganiza para encontrarem planos ou fundos de pensões como benefício para os seus colaboradores”.
Tome nota: Quanto mais cedo começar a preparar a sua reforma, melhor. Se tem dúvidas sobre os produtos financeiros mais adequados para planear a sua reforma consulte os fundos PPR e os Unit-Linked disponibilizados pelo ActivoBank.
Gerir o orçamento familiar: Os sinais de alerta que devem prestar atenção
Numa altura em que as famílias enfrentam maiores desafios para “esticar” os seus salários até ao final do mês, é importante estar alerta e acompanhar de perto os orçamentos para evitar cair numa situação de incumprimento e/ou numa espiral de sobreendividamento. João Morais Barbosa destaca três sinais de alerta:
- Quando o dinheiro não chega até ao final do mês: quando o salário não é suficiente para cobrir as despesas regulares. Este é um sinal que deve obrigar as famílias a acompanharem de perto os movimentos financeiros e o saldo bancário para perceber para onde está a ser canalizado o dinheiro e que despesas podem ser eliminadas ou diminuídas.
- Quando pagamos despesas essenciais com o recurso ao crédito: “o facto de usarmos o cartão de crédito para pagar as despesas de supermercado não tem nada de errado, mas pode ser um sinal de alerta. O mesmo acontece quando estamos constantemente a utilizar o descoberto da conta-ordenado, e não conseguirmos garantir que conseguimos repor no final do mês o saldo da conta”.
- Quando pagamos prestações com outros créditos: um outro sinal que leva muitas pessoas a uma situação limite e ao sobreeendividamento é pagar dívidas com outras dívidas. Por exemplo, utilizar o cartão de crédito para pagar outras prestações.
O que é a Reorganiza?
Há mais de uma década a ajudar os portugueses a colocarem em ordem as suas finanças pessoais
Reorganiza é uma consultora financeira, criada em 2011 para capacitar as famílias a gerirem melhor os seus orçamentos. Inicialmente a sua atividade estava sobretudo focada na formação na área das finanças pessoais. No entanto, ao longo dos anos a Reorganiza tem evoluído e alargado o seu leque de atuação. Seguindo uma lógica de querer apoiar os portugueses a otimizarem as suas finanças pessoais, a Reorganiza foi estendendo a sua atuação às áreas de crédito, seguros, poupança & investimento e coaching financeiro. O objetivo é ajudar as famílias a ganharem a sua independência financeira.
Tome nota
Porque a poupança é a melhor arma financeira para enfrentar a incerteza da economia é importante conhecer as diversas aplicações financeiras para fazer o seu dinheiro crescer. Conte com o ActivoBank para ajudá-lo neste caminho, conheça as soluções de poupança e investimentos.
Conheça as nossas soluções de poupança e investimento.