Massimo Forte: a arte de comprar e vender uma casa
Com os preços das casas em alta, a inflação a subir e as taxas Euribor a acompanharem a mesma tendência, torna-se desafiante para as famílias encontrarem a casa dos seus sonhos. Para contornar estas dificuldades, Massimo Forte, Real Estate Influencer e formador especializado, explica em entrevista os passos que devem ser dados e os erros a evitar.
Se a tarefa de comprar uma casa em Portugal fosse transformada num enredo de um filme, o título seria “Missão (quase) impossível”. Num momento em que os preços do mercado imobiliário estão em rota ascendente e se regista uma escassez de imóveis para satisfazer os níveis de procura (sobretudo nas grandes cidades), encontrar uma casa para comprar, com preços adequados aos rendimentos médios das famílias portuguesas, é uma missão particularmente difícil. Para as famílias “não darem um passo maior do que a perna”, é importante ter em atenção alguns conselhos. O objetivo é assegurar que são tomadas as melhores decisões financeiras. O simulador de crédito habitação do ActivoBank pode ajudar a iniciar esse caminho.
Em entrevista, Massimo Forte, garante que, apesar dos preços elevados do imobiliário, “é sempre uma boa altura para comprar e vender uma casa, desde que haja um bom motivo para o fazer”. Conheça as dicas e recomendações deste especialista em imobiliário.
Regra n.º 1 para comprar casa: deixar as emoções de lado
Para a generalidade das famílias, a habitação é a aquisição mais cara que se faz ao longo da vida. Por essa razão, é uma decisão que deve ser bem ponderada, racionalizada e calculada, uma vez que tem um impacto significativo no orçamento familiar. No entanto, acaba muitas vezes por ser condicionada por fatores emocionais. Resultado: a casa adquirida pode ficar desfasada das necessidades da família ou representar um esforço financeiro demasiado elevado.
“Para as famílias que vão agora adquirir uma habitação através de financiamento, o meu conselho é que, antes de tomarem qualquer decisão, devem avaliar bem quais são as necessidades que têm. Somos muito emocionais e, por vezes, o desejo ultrapassa a razão, constituindo um fator de risco, porque podemos não ter condições financeiras para pagar aquela prestação. É certo que os bancos fazem também essa avaliação. Mas somos nós que temos de analisar quais são os nossos custos fixos e os nossos custos variáveis e verificar se temos capacidade para contrair um crédito para adquirir um determinado imóvel”, o Real Estate Influencer e formador especializado. Para Massimo Forte, os consumidores deverão ir para o mercado, procurar uma casa, depois de fazerem este trabalho de autoavaliação e de terem pedido, junto do banco, uma pré-aprovação que lhes permite perceber o montante máximo de financiamento que conseguem obter.
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O passo seguinte é consultar a informação que está disponível online. “Mas isso não chega porque o que está na internet não é tudo, ou pode já estar vendido, ou estar especulado e não apresentar o valor correto. Por isso, há que fazer um exercício que eu aconselho sempre que é calçar uns bons ténis e ir às zonas pretendidas e fazer um bocadinho o papel de Sherlock Holmes: ir à procura dos imóveis que poderão ser uma oportunidade e falar com pessoas residentes naquelas zonas”, recomenda Massimo Forte. Ou, segundo aponta, outra opção é procurar perceber quem são os agentes imobiliários especialistas na zona ou estilo de habitação que procura, pois são quem normalmente pode dar a informação mais correta e privilegiada para o poder ajudar e para lhe poupar muito tempo.
TOME NOTA 2: Se quer ter uma noção de como se desenrola todo o processo, desde o momento em que decide comprar uma casa até começar a viver o próximo capítulo da sua vida, consulte o “Mapa do Processo” do ActivoBank.
Será um bom momento para comprar?
Sobre se esta é (ou não) uma boa altura para comprar casa, Massimo Forte avança: “Numa conjuntura em que os preços do imobiliário estão altos e em que a Euribor e a inflação estão a subir, tem de haver realmente alguma ponderação da parte dos consumidores. Por isso, a primeira coisa a verificar é perceber se eu preciso realmente de comprar uma casa”.
Mas há quem compre uma casa, não por necessidade, mas por uma questão de investimento e, neste caso, a perspetiva é diferente. “Tenho de analisar a conjuntura de uma outra maneira. Tenho de ir à procura do tipo de investimento que quero: se vou comprar para arrendar ou para vender e fazer mais-valias. É outra maneira de pensar”, justifica. Ainda assim, Massimo Forte defende que, se o motivo é válido, é sempre uma boa altura para comprar e vender.
Comprar ou construir uma casa: os prós e os contras
Uma das dúvidas mais comuns é perceber qual é a melhor solução de habitação: comprar uma casa ou adquirir um terreno e construir uma casa de raiz, feita à medida das necessidades e dos sonhos da família? Para o real state influencer, as duas opções apresentam oportunidades e desafios.
Por um lado, ao optar por comprar uma casa pronta a habitar, o processo é mais célere, mais direto e com mais certezas. “Mas também é uma via mais limitada, porque há poucos imóveis e também porque se comprar aquela casa, ela é o que é. Se eu quiser mudar alguma coisa, terei de fazer obras”.
Já a opção de comprar um terreno para construir uma casa é bastante diferente. Tem como grande vantagem o facto de a família poder escolher e fazer a casa à sua medida e de acordo com o seu gosto. Mas é uma opção que apresenta diversos desafios. “Antes de comprar um terreno, primeiro que tudo tenho de saber exatamente o que é que eu posso fazer com aquele terreno. Para isso, eu aconselho as pessoas a terem ao seu lado um especialista”. Depois existem os desafios associados ao projeto em si: será necessário envolver um conjunto alargado de especialistas como arquitetos, engenheiros e projetistas.
“Outro desafio é a construção: por muito planeamento que se faça, poderá haver imprevistos e derrapagens. Não é um processo célere: demora tempo. Aconselho sempre as pessoas a optarem por projetos chave na mão, ou seja, quando contratam uma empresa de construção, façam sempre um orçamento fechado, para minimizar o risco de derrapagens”, recomenda Massimo Forte.
A questão do financiamento para a construção de uma casa tem também contornos particulares, que os consumidores devem conhecer de antemão. O banco só financia até 90%, mas “se eu comprar uma casa já pronta, o banco transfere o montante aprovado no dia da escritura. Na construção de uma casa, por outro lado, o banco vai dar-me o dinheiro para comprar o terreno e depois vai libertando o resto do financiamento em tranches, em função da evolução da construção”, explica o especialista em imobiliário.
Nota final
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